No decorrer do desenvolvimento normal podem ser observados períodos de regressão, porém não são tão severos nem tão prolongados como no Autismo.
O conjunto de características que diferenciam o Autismo de outras patologias, bem como os seus limites, permitem determinar a identidade de uma perturbação. Portanto, com base no DSM-IV, o diagnóstico diferencial da Perturbação do Espectro Autista deve estabelecer-se com as Perturbações Pervasivas do Desenvolvimento, nomeadamente: Síndrome de Rett, Perturbação Desintegrativa da Infância, Síndrome de Asperger; bem como, com a Esquizofrenia, a Perturbação da Linguagem Expressiva, o Distúrbio Misto de Expressão e Recepção, Mutismo Selectivo e o Atraso Mental.
Com base no DSM-IV, serão abordadas as características e especificidades que ajudam no diagnóstico diferencial entre as perturbações acima referidas e o autismo.
Síndrome de Rett
Perturbação Desintegrativa da Infância
Síndrome de Asperger
Este síndrome diferencia-se do Autismo em relação ao facto do diagnóstico ser mais tardio visto que os atrasos não são tão evidentes e, por norma, estas crianças não apresentam debilidade mental, nem são tão importantes as perturbações da linguagem e da socialização.
Perturbação Evasiva do Desenvolvimento Não Específica
Esquizofrenia
Perturbação da Linguagem Expressiva e Perturbação mista da Expressão e Recepção da Linguagem
Mutismo Selectivo
No Mutismo Selectivo, a criança exibe, habitualmente, habilidades apropriadas de comunicação em certos contextos e não tem um prejuízo severo na interacção social.
Atraso Mental
O diagnóstico do Atraso Mental é reservado para situações em que se identifique a existência de défice social qualitativo, défice nas competências comunicacionais e características comportamentais específicas do Autismo.
Diagnóstico de Perturbações do Espectro Autista (PEA)
A. Um total de 6 (ou mais) itens de (1) (2) e (3) com, no mínimo, duas do (1) 2 uma de cada do (2) e (3):
(1) Prejuízos qualitativos na interacção social, manifestados por pelo menos, dois dos aspectos seguintes:
a. Prejuízo acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como, contacto visual directo, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interacção social;
b. Fracasso em desenvolver relacionamentos com os seus pares, apropriados ao nível d a sua etapa de desenvolvimento;
c. Falta de tentativas espontâneas de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas (por ex., não mostrar, trazer ou apontar objectos de interesse);
d. Falta de reciprocidade social ou emocional;
(2) Prejuízos qualitativos na comunicação, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
a. Atraso ou ausência total de desenvolvimento da fala (não acompanhado por uma tentativa de compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímica);
b. Em indivíduos com fala adequada há um acentuado prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversa com outros;
c. Uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática;
d. Falta de variedade e espontaneidade em jogos ou brincadeiras de imitação social, apropriados ao nível de desenvolvimento;
(3) Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e actividades, manifestados por pelo menos um dos seguintes aspectos:
a. Preocupação insistente com um ou mais padrões estereotipados e restritos de interesse, anormais em intensidade ou foco;
b. Adesão aparentemente inflexível a rotinas ou rituais específicos e não-funcionais;
c. Maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por ex., agitar ou torcer mãos ou dedos, ou movimentos complexos de todo o corpo)
d. Preocupação, persistente, com partes de objectos;
B. Atrasos ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos 3 anos de idade:
(1) interação social;
(2) Linguagem para fins de comunicação social;
(3) Jogos imaginativos ou simbólicos;
C. A perturbação não é melhor explicada por Transtorno de Rett ou Transtorno Desintegrativo da Infância.
Bibliografia:
. American psychiatric association. (2002). DSM-IV-TR Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais. 4ªedição, Climepsi Editores. Lisboa.
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