Tecnologias de Apoio para a Comunicação

O termo “tecnologias de apoio para a comunicação” é vulgarmente utilizado para referir um conjunto de equipamentos e dispositivos que auxiliam o seu utilizador a expressar-se.
As tecnologias de apoio tradicionais são, em geral, tabelas ou tabuleiros com letras, palavras, signos gráficos ou fotografias. Em alguns casos, as tabelas contêm apenas números ou outro tipo de códigos que remetem o interlocutor para uma lista de palavras (glossários) (Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000).

Pranchas de comunicação - As pranchas de comunicação podem ser construídas utilizando objectos ou símbolos, letras, sílabas, palavras, frases ou números. As pranchas são personalizadas e devem considerar as possibilidades cognitivas, visuais e motoras de seu usuário.






Estas pranchas podem ser individuais ou agrupadas em álbuns ou cadernos. O indivíduo olha, aponta ou obtém a informação apontada pelo parceiro de comunicação dependendo de sua condição motora.

Eye-gaze - pranchas de apontar com os olhos que podem ser dispostas sobre a mesa ou apoiada num suporte de acrílico ou plástico colocado na vertical. O indivíduo também pode apontar com o auxílio de uma lanterna com foco convergente, fixada ao lado de sua cabeça, iluminando a resposta desejada.





· Avental - é um avental confeccionado em tecido que facilita a fixação de símbolos ou letras com velcro, que é utilizado pelo parceiro. No seu avental o parceiro de comunicação prende as letras ou as palavras e a criança responde através do olhar.


· Comunicador em forma de relógio - o comunicador é um recurso que possibilita ao indivíduo dar a resposta com autonomia, mesmo quando apresenta uma dificuldade motora severa. O princípio é semelhante ao do relógio, só que é a pessoa que comanda o movimento do ponteiro apertando um accionador.


É importante determinar a técnica de selecção mais eficiente para cada indivíduo. Deve ser determinado o posicionamento ideal da prancha e do usuário, a precisão do acesso, a taxa de fadiga e a velocidade. O terapeuta ocupacional é o profissional que realiza essa avaliação.
As tecnologias de apoio para a comunicação podem ser utilizadas através de uma selecção directa ou através de um sistema de selecção de opções por varrimento automático ou dirigido (Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000):
Selecção directa - é o método mais rápido e pode ser feito através do apontar do dedo ou outra parte do corpo, com um ponteiro de cabeça ou com uma luz fixada à cabeça.
Varrimento automático - implica que o meio para a comunicação disponha de uma luz, um cursor apontado ou algo semelhante que se mova automaticamente entre as opções disponíveis para a comunicação. O utilizador activa um determinado tipo de comutador quando a luz ou o ponteiro da tabela se encontram na posição desejada.
Varrimento dirigido - implica que o utilizador possa activar dois ou mais comutadores. Neste caso, os comutadores são utilizados para fazer deslocar a luz ou o ponteiro ao longo do conjunto de opções disponíveis na tabela de comunicação e é utilizado um outro comutador para fazer a confirmação da selecção.
O varrimento automático ou dirigido pode ser simples ou combinado:
Varrimento simples – descreve o processo pelo qual todas as opções na tabela são percorridas uma a uma, rotativamente.
Varrimento combinado – significa que o percurso da luz ou do ponteiro é organizado por conjuntos de opções que podem variar de dimensão. Uma das formas mais comuns consiste em seleccionar primeiro uma determinada linha de opções e depois uma das opções dessa linha. Existem, varias formas de varrimento.Os métodos de varredura podem ser linear, circular, de linhas e colunas ou blocos.







Varredura por Coluna















Varredura por Linha














Varredura Circular












Existem também formas de varrimento dependentes ou independentes (Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000):
Varrimento independente, significa que a própria pessoa orienta ou faz parar a luz ou o ponteiro, sem ajuda de outros.
Varrimento dependente, significa que uma outra pessoa aponta para cada opção, numa determinada sequência e o utilizador, através de um som, um gesto, um pestanejar, informa quando ela está a indicar na linha desejada a letra, a palavra ou o signo desejado.


RECURSOS DE ALTA TECNOLOGIA:


Computadores
(Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000)
Para uma pessoa que utilize signos gráficos poder escrever num computador, deve existir um programa disponível que permita o uso dos signos gráficos e que, alem disso, se adapte ao conjunto das suas necessidades e capacidades. No entanto, não existem muitos programas de computador que permitem a utilização dos sistemas de signos gráficos, apesar de os existentes permitirem a utilização dos sistemas mais usados- Bliss, PIC e PCS- tanto em Apple Macintosh, como em IBM compatíveis. No entanto, nem todos os programas possuem um interface amigável. Em particular, os indivíduos com autismo ou deficiência mental, incluindo aqueles com bom controlo sobre o sistema de signos em questão, podem ter dificuldades na utilização dos programas.
Além do apoio para a comunicação, os computadores podem ser programados para funcionar com tecnologia de controlo ambiental, isto é, para abrir uma porta, ligar e desligar o rádio, virar páginas de um livro. Os computadores também podem ser usados com fins educacionais e para fazer jogos. Os jogos podem ser utilizados para ajudar a treinar competências que serão úteis, mais tarde, para as situações de comunicação.



· Computadores - Com o avanço da tecnologia têm surgido novos sistemas de CAA para as pessoas com necessidades especiais como o Comunique, o IntelliPics Studio, o OverlayMaker, o Escrita com Símbolos, o Boardmaker entre outros.

Sugestões de Links:

http://www.intellitools.com/

http://www.mayer-johnson.com/

http://www.anditec.pt/


Fala artificial (Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000)


Existem duas formas de fala artificial: a fala sintetizada e a fala digitalizada.
A fala sintetizada compreende uma serie de regras para passar da palavra escrita à fala (do texto à fala). Estas regras são diferentes para as diversas línguas e, por esse motivo, cada país precisa de ter o seu próprio sistema. Uma tecnologia de apoio que disponha de fala sintetizada poderá reproduzir tudo aquilo que o utilizador escreva, mas exige, em geral, que este seja capaz de soletrar e escrever com relativa rapidez para que a comunicação funcione. A fala sintetizada é especialmente indicada para indivíduos com boas competências linguísticas, pois faculta-lhes um uso mais flexível da linguagem e a utilização de um vocabulário ilimitado.
A fala digitalizada é uma fala gravada por uma pessoa, com a ajuda de um digitalizador de som, que a regista na memoria de um computador ou de outro equipamento com tecnologia informática, tais como os equipamentos para a comunicação com saída de fala. O digitalizador de som é um aparelho que converte as ondas sonoras (sinal analógico) em números (sinal digital). Desta forma, a fala regista-se como sinais numéricos (digital) em vez de sinais magnéticos, como é o caso dos gravadores de fita. O resultado é semelhante, mas não é necessário fazer correr a fita para trás e para a frente para se chegar à palavra desejada. Por esse motivo, a fala digitalizada é mais adequada para as tecnologias com saída de fala do que uma gravação em fita magnética. As tecnologias com fala não estão dependentes da língua falada em determinado país.



Comunicadores com voz gravada - são comunicadores onde as mensagens podem ser gravadas pelo parceiro de comunicação.









Gotalk - Comunicador de voz gravada da empresa Attainment Company


Comunicadores com voz sintetizada - No comunicador com voz sintetizada o texto é transformado electronicamente em voz.

Lightwriter- comunicador de voz sintetizada da empresa Zygo

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