Autismo
(Stephen von Tetzchner, Martinsen, H., 2000)

Comunicação e Linguagem pobres são uma característica do autismo e cerca de 50% dos adultos com autismo não têm linguagem funcional. As crianças com autismo costumam apresentar um domínio reduzido dos gestos. Podem utilizá-los para atingir determinados objectivos e propósitos instrumentais, por exemplo, levar uma pessoa pela mão para obter qualquer coisa, mas não aparentam influenciar a atenção do adulto. Isto torna difícil estabelecer momentos de atenção conjunta e criar contextos partilhados. Para as crianças com autismo a falta de referenciação ao contexto constitui o maior problema, mesmo quando aprendem a falar. O seu problema poderá não ser tanto o relacionamento humano mas o social para partilhar contextos.
As que aprendem a falar têm geralmente um desenvolvimento da linguagem muito atrasado e as competências linguísticas variam muito. Algumas pessoas com autismo não usam signos nem fala e quase não possuem qualquer compreensão da linguagem. Outras falam e têm boa compreensão. A grande maioria das que começam a falar, apresenta no início muita reprodução ecolálica, isto é, repetição de palavras e frases, fora do contexto. Raramente iniciam o contacto com as outras pessoas. Mesmo as pessoas autistas com melhor funcionamento falam por vezes produzindo “monólogos”, isto é, sem ter em consideração o ouvinte e muitas vezes interpretam o que os outros dizem demasiado à letra.
Considerando o prognóstico relativamente reservado que as crianças com autismo têm para o desenvolvimento da linguagem, é natural proporcionar-lhes uma intervenção que inclua comunicação alternativa. Partindo do principio de que metade das crianças com autismo na irá desenvolver fala e que, para alem disso, apresentará lacunas na compreensão da linguagem, é lógico acreditar que um sistema de comunicação gestual ou gráfico irá converter-se na sua forma principal de comunicação - uma língua materna alternativa. As pessoas com autismo podem utilizar várias formas de comunicação alternativa. Utilizam signos gestuais (língua gestual ou makaton), diversos sistemas gráficos (especialmente o PECS e PCS), escrita e imagens. No entanto, a utilização de signos gestuais é a mais comum até à data.



Bibliografia:
· Smith, J., Occupational Therapy for Children (5ª ed.), Elsevier Mosby: Missouri,2005.
· Lima, C., Fonseca, L., Paralisia Cerebral: Neurologia, Ortopedia, Reabilitação, Guanabara Koogan: Brasil, 2004.
· Matias, D., Bastos, L., Prancha de Comunicação com Predição de Símbolos, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Brasil, em
http://www.sbis.org.br/cbis9/arquivos/443.pdf , consultado em 26 de Dezembro, 2008.
·
www.estsp.pt (Terapia da Fala: informar é prevenir), consultado em 27 de Dezembro, 2008.
· Stephen von Tetzchner, Martinsen H., Introdução à Comunicaçao Aumentativa e Alternativa (2ªed.), Porto Editora: Porto, 2000.
·
http://www.pecs.org.uk/general/what.htm , PECS(The Picture Exchange Communication System), consultado em 6 de Janeiro, 2009.
·
http://www.comunicacaoalternativa.com.br/adcaa/ca/tecnicas.asp, consultado em 27 de Dezembro, 2008.
·
http://www.latrobe.edu.au/hcs/projects/autism/makaton.htm : Makaton, consultado em 8 de Janeiro, 2008.

Sem comentários: