O que é Terapia Ocupacional?



O terapeuta ocupacional habilita para a ocupação de forma a promover a saúde e bem estar. Com este objectivo, actua, em parceria, com pessoas e organizações para optimizar a actividade e participação, tal como definidas pela World Health Organisation’s International Classification of Functioning and Disability (2002).
Promove a capacidade da pessoa desempenhar, de forma satisfatória para o próprio, as ocupações que para si são significativas.

Entende-se por ocupação tudo aquilo que a pessoa realiza com o intuito de cuidar de si própria (auto-cuidados), desfrutar da vida (lazer) ou contribuir para o desenvolvimento da sua comunidade (produtividade). Estas ocupações podem ir desde as mais básicas como alimentar-se ou vestir-se, até às mais complexas, como desempenhar uma actividade laboral ou conduzir um carro.
Para tal, estuda os factores que influenciam a ocupação humana, intervindo com crianças, adolescentes, adultos e idosos com patologia diversa que comprometa ou coloque em risco um desempenho ocupacional satisfatório e consequentemente, a sua actividade e participação.

Na sua abordagem avalia e intervém a três níveis: na pessoa, na ocupação e no ambiente.
Na pessoa, avalia as capacidades, as limitações e os riscos que possam existir a nível físico, cognitivo, afectivo e/ou social. Intervém para desenvolver competências, restaurar funções perdidas e/ou para prevenir disfunções, através do uso de técnicas e procedimentos específicos, ou para compensar funções que não podem ser recuperadas, através da utilização de ajudas técnicas e/ou tecnologias de apoio.

Na ocupação, analisa quais as exigências da mesma ao nível físico, cognitivo, afectivo e/ou social, para que possa ser desempenhada com sucesso. Intervém graduando a ocupação, através de procedimentos e equipamentos específicos, de forma a adaptá-la às necessidades da pessoa.

No ambiente, avalia de que forma o mesmo pode contribuir para a função ou disfunção ocupacional, i.e., se facilita ou inibe o envolvimento da pessoa nas ocupações. Para tal, identifica o suporte/apoio e as exigências que os espaços e/ou equipamentos, as pessoas e a cultura, que fazem parte do ambiente da pessoa, lhe colocam no desempenho das suas ocupações.

Intervém, modificando os ambientes físicos, social e atitudinal de forma a remover barreiras e fomentar os aspectos facilitadores da participação em ocupações.


Pode, também, ter uma participação activa ao nível conceptual, nomeadamente no que diz respeito ao planeamento e gestão de pessoal, material, equipamentos e políticas de desenvolvimento na organização onde se encontre integrado.



A sua abordagem é centrada na pessoa e na ocupação e baseia-se num ciclo de resolução de problemas. Deve actuar de acordo com normas éticas e deontológicas próprias, assegurando o respeito pelos valores da pessoa, promovendo a participação activa desta e/ou da família/cuidadores no desenvolvimento do programa de intervenção que lhe diz respeito, tendo em conta o seu projecto de vida.

Actua integrado em equipas multidisciplinares, com total autonomia, em complementaridade com os restantes elementos e/ou utilizando uma metodologia transdisciplinar, de acordo com o programa de intervenção e a organização onde está integrado. Pode, no entanto, ter uma actuação individualizada.







Referências bibliográficas:
American Ocupational Therapists Association (2002). Occupational Therapy Practice Framework. Domain and Process. Bethesda: AOTA, Inc.
Canadian Association of Occupational Therapists (1998). Enabling occupation: An Occupational Therapy perspective. Toronto: CAOT.
World Federation of Occupational Therapists (2002). Minimum Standards for the education of occupational therapists. Forrestfield: WFOT.
World Health Organisation. (2002). International Classification of Functioning and Disability. Geneva: WHO.

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